Protesto de Bolsonaro: O apoio a Israel e suas raízes religiosas
O protesto convocado por Jair Bolsonaro em São Paulo foi marcado pela presença de centenas de bandeiras de Israel, levantadas pelos seus apoiadores ao longo da avenida Paulista. Este evento ocorreu em um momento em que investigações da Polícia Federal sobre um suposto plano de golpe após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva estavam em curso. Para alguns analistas, esse protesto foi uma tentativa de Bolsonaro de demonstrar sua força política e apoio popular, sob a justificativa de defender a "liberdade e o Estado democrático de direito".
O apoio a Israel durante o protesto é destacável, especialmente porque ocorre logo após as críticas direcionadas a Lula por suas comparações entre a situação do povo palestino em Gaza e o Holocausto. Essa manifestação de apoio a Israel é consistente com um movimento observado em eventos evangélicos no Brasil nos últimos anos, especialmente entre grupos religiosos associados ao bolsonarismo.
Esse apoio tem profundas raízes religiosas, com destaque para o dispensacionalismo, uma corrente teológica que interpreta Israel como um elemento crucial no cumprimento de profecias relacionadas ao fim dos tempos. Além disso, há uma forte identificação dos evangélicos com o Antigo Testamento da Bíblia, que narra a história sagrada do povo israelita e a promessa de uma terra prometida.
No entanto, críticos apontam que essa associação entre Israel histórico e políticas modernas é problemática. Algumas vozes dentro da comunidade evangélica discordam desse apoio incondicional, argumentando que ignora questões históricas e o tratamento dos palestinos. A associação entre Israel e valores ocidentais, especialmente em meio à guerra cultural entre esquerda e direita, também é questionada por alguns.
Apesar disso, o bolsonarismo tem aproveitado esse apoio a Israel, trazendo um discurso que combina elementos religiosos com uma abordagem política mais agressiva. Isso inclui uma visão de Israel como aliado natural dos valores ocidentais e como parte de uma narrativa de defesa contra o que é percebido como ameaças externas e internas.
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