Postura dos evangélicos em relação à vacina segue a política
A percepção que tenho no ambiente que vivo é que a postura dos evangélicos em relação à vacina se tornou dependente das posturas políticas. É claro, a maioria desse público foi em direção a Bolsonaro. E, obviamente, os líderes mais alinhados à direita, com Bolsonaro, tiveram esse poder de influenciar muita gente no meio do povo simples. Gente que professa religiões protestantes, mas que deixou se levar pela questão da crítica à vacina e embarcou no negacionismo.
Eu acho que de fato faltou uma parte nossa, das pessoas mais esclarecidas, em ter uma ação mais veemente, mostrando que a as vacinas sempre fizeram bem para a humanidade. Todos nós adultos somos vacinados. Na nossa época não tinha essa polarização. Todos têm a marquinha lá no braço. Alguém sofreu morte por causa disso? Não. Pois bem, por que agora essa questão de ser levantada? Não, e essa questão é levantada por questões mais políticas do que de interesse de saúde pública.
Eu sei que daria para amenizar muito esses negacionismo por parte de muita gente evangélica. Essa ideia negacionista ganhou força porque ela foi adotada pelos líderes, que têm capacidade de influenciar. Efetivamente, eu não diria a você que os evangélicos concordam com essa ideia, não.
Nós tivemos, ao meu ver, uma certa desconsideração pelo outro quando não esclarecemos os benefícios da vacina. Mas depois que a vacina veio, ganhamos outro argumento, que é que ela funciona.
Então, eu penso que no meio evangélico é essa questão. Tivemos muito barulho de negacionistas, mas eles foram vencidos pela própria demonstração dos resultados após o processo de vacinação.
Josenildo Miranda dos Santos É pastor Batista desde 2005, teólogo pelo STBNe, mestre em educação pela FURB-PR, empresário, atua como voluntário na liderança da igreja Batista de Córrego de Pedras em Ipiaú, BA.