Polarização política compromete unidade das igrejas
Com isso todos saberão que você são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros (João13:35)
Há poucas semanas das eleições, intensificam-se os conflitos entre evangélicos por conta da polarização político-ideológica, e com eles a angústia de quem sonha com a unidade pretendida por Jesus Cristo, reconhecido por nós evangélicos como único Senhor da Igreja.
A tradição reformada faz referência a cinco princípios fundamentais que teria como norteadores, os chamados "cinco solas", entre eles, "Sola Scriptura", Somente as Escrituras, revelando a crença na Bíblia como única regra de fé e prática; e "Solo Christus", Somente Cristo, indicando que a igreja só reconhece um mediador entre Deus e os homens e uma só cabeça, conforme a analogia bíblica que descreve a igreja como um corpo, com diversos membros, cada um com sua função, mas apenas uma cabeça, que é o próprio Cristo. Isso significa que o sentido da nossa existência é vocacional, isto é, temos cada um nosso papel a exercer, mas a nenhum de nós cabe a função de comando e nem de falar em nome do Corpo. O cérebro é o responsável pelo movimento, pelo equilíbrio, é dele que partem os comandos direcionadores para a sua igreja, registrados nos Evangelhos.
Quando perguntado sobre qual seria o maior dos mandamentos, ele, o único legítimo comandante da igreja, prontamente respondeu sobre o amor, não apenas como o maior dos mandamentos, mas como aquele que resume todos os outros. O mesmo Jesus Cristo que, em oração ao Deus Pai, pede que nós, seus filhos, sejamos um, assim como eles são um no ambiente da trindade, acrescenta ainda que essa seria a maneira mais efetiva de mostrarmos ao mundo seu verdadeiro caráter e sua identidade divina e amorosa: nossa unidade.
Não há qualquer expectativa ou orientação de Jesus no sentido de assumirmos publicamente posicionamentos político-partidários, de defesa político-ideológica, muito menos é dado a qualquer sacerdote, pastor, bispo, apóstolo, ou seja quais forem os títulos criativos que como evangélicos temos inventado para um pretenso clero que deveria ter ruído séculos atrás, a prerrogativa de falar em nome do seu corpo, da igreja evangélica.
Alguns dias atrás, um pastor a quem admiro profundamente disse não acreditar na unidade da igreja como uma possibilidade concreta. De minha parte, sigo imitando o meu Senhor e pedindo ao Pai: faz-nos um, para que o mundo entenda quem o senhor verdadeiramente é, a despeito da grande confusão que como teu povo temos causado por aqui. Amém.