O disparo de Milton Ribeiro acertou os pastores presbiterianos
Dom Orlando Brandes foi bispo em Londrina. Na época eu era estudante de teologia no Seminário Presbiteriano Independente de Londrina. Anos depois o reencontrei em Aparecida. Fiquei emocionado com sua coragem de dizer, na presença de Jair Bolsonaro, que Jesus disse: “Amai-vos uns aos outros” e que isso é muito diferente da pregação bolsonarista: “armai-vos uns aos outros”.
O Brasil foi pego de surpresa com o ex-Ministro MIlton Ribeiro, pastor presbiteriano, que disparou acidentalmente sua arma no Aeroporto de Brasília. A pergunta que fica: por que um pastor precisa andar armado? Já tinha esse hábito ou foi convertido ao armamentismo pelo presidente?
Comecei lembrando o então bispo de Londrina e sua coragem evangélica. Mas recordo que a biblioteca de Londrina leva o nome de um pastor presbiteriano: Rev. Zaqueu de Melo. Ele foi o fundador da Igreja Presbiteriana naquela cidade e marcou a vida educacional e cultural da cidade.
Nos meus tempos de seminarista me contaram que ele se aventurou pelos caminhos da política e se tornou deputado estadual no Paraná. Porém, renunciou ao seu mandato. A razão? Foi um gesto de protesto porque deputados adentravam o plenário portando armas de fogo. Essa é uma atitude a ser lembrada num dia em que todos os pastores presbiterianos foram atingidos em sua honra pelo disparo de Milton Ribeiro.