O aumento das dívidas e o pecado de apostar nas bets
Em 2023, as bets (empresas de apostas online) movimentaram entre 60 e 100 bilhões de reais no Brasil, segundo dados citados no editorial do jornal O Globo, do dia 8/8. Este ano, devem chegar a 130bilhões de reais. Segundo o texto, varejistas andam preocupados porque, embora haja melhoras nos indicadores do mercado de trabalho, as vendas de bens essenciais, moda e artigos pessoais estão estagnadas ou em queda. Nas classes C e D, há indícios de que parte do orçamento doméstico esteja sendo desviado para apostas, com grandes chances de estarem ocorrendo aumento das dívidas e do comportamento compulsivo.
E ponto de vista moral e bíblico, é pecado apostar nas bets? O teólogo Antonio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz, comenta em seu perfil no X um aspecto para reflexão: ganhar dinheiro com apostas em jogos de azar, além de ser péssimo para o caráter, estimula o apostador a deixar de depender do fruto do seu trabalho para a subsistência. Ele não cita, mas está lá no Gênesis 3: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”.
Para aprofundar: como as igrejas evangélicas estão lidando com esse novo fenômeno das bets? E com o estimado aumento das dívidas nas populações de baixa renda, classe social onde está situada a maioria dos evangélicos brasileiros. Já há pregações a esse respeito? Já há aconselhamentos específicos para esse tema?
Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, trabalhou nos principais jornais de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.