Nacionalismo cristão é mesmo cristão?

Nacionalismo cristão é mesmo cristão?

Esta é uma das perguntas feitas aos intelectuais e ativistas cristãos entrevistados pelo documentário “God & Country”, dirigido por Dan Partland e produzido por Rob Reiner (Conta Comigo, Harry e Sally, O Lobo de Wall Street, entre outros sucessos), em cartaz em cinemas americanos. O filme já provoca novas discussões a respeito da influência do movimento político-ideológico, apontado como responsável pela ascensão de Donald Trump ao poder e pela invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. E, por certo, por uma eventual nova eleição de Trump, em 2024.

Elogiado pelos alertas que faz contra extremismos políticos em nome de Deus e pelos registros históricos que ajudam a entender a sociedade americana contemporânea, o documentário também é criticado por alguns observadores por pregar para convertidos. E por não evidenciar as muitas diferenças existentes entre os valores do autêntico evangelicalismo americano e o nacionalismo cristão. 

Para apurar: o filme em si já é a pauta. Mas há tópicos que podem ser destacados, como o movimento das Sete Montanhas, citado no documentário como inspiração aos nacionalistas, e que tem muitos seguidores no Brasil.

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Ana Trigo, jornalista, é mestra e doutora em Ciência da Religião pela PUC-SP. Pesquisadora acadêmica sobre a cracolândia desde 2013, é autora da dissertação “Quando Deus entra, a droga sai”: ação da Missão Belém e Cristolândia na recuperação da dependência química na cracolândia de São Paulo; e da tese “Mulher é muito difícil” – o (des)amparo público e religioso das dependentes químicas na cracolândia de São Paulo. Faz parte dos grupos de pesquisa do LAR (Laboratório de Antropologia da Religião – Unicamp) e do GEPP (Grupo de Estudos Protestantismo e Pentecostalismo – PUC-SP). Também integra o coletivo Mulheres EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero de São Paulo.