Extremos climáticos no Sul são castigo divino?
É do ser humano procurar possíveis causas por detrás das coisas ruins que nos acontecem. Temos em nós essa tendência de julgar os acontecimentos pela dinâmica de ação e reação, causa e efeito, ou pela lei do mérito – coisas ruins acontecem para que faz coisas ruins, coisas boas para quem faz o bem.
Talvez por essa razão não seja espanto encontrar vários posts nas redes sociais que de alguma maneira associam a tragédia no Rio Grande do Sul ao castigo divino. Numa delas, por exemplo, uma senhora afirma que a catástrofe se deu porque o estado elegeu um governador gay. Outras afirmam que as enchentes, além de punição, são um sinal do apocalipse.
Mas existem os evangélicos que refutam esse tipo de visão e trabalham para promover uma maior conscientização entre as igrejas sobre nossa responsabilidade com a natureza criada. Uma das organizações que respeito é a Evangélicos pelo Clima, que fez um post nesta semana em seu perfil no Instagram com a seguinte afirmação: “Evento climático extremo não é castigo de Deus. É consequência da falta de cuidado com a criação de Deus.”
Para apurar: uma boa pauta é entrevistar esses ambientalistas e mostrar as passagens bíblicas que comprovam esse argumento. Ou então reunir numa matéria outras organizações cristãs que batalham por esse mesmo ideal de sustentabilidade.
*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.
Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, trabalhou nos principais jornais de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.