Evangélicos querem mais tempo com os filhos escola, não menos
Pense comigo: a maioria de nós, os evangélicos, têm origem humilde, pobre, e não tem instrução para educar. Então, nós não temos condição de dar aula para o filho em casa.
O problema é que estão usando a questão do ensino na escola - o debate sobre "ideologia de gênero" - para justificar esse tipo de projeto. Mas esses assuntos acontecem em níveis mais avançados, no ensino médio e superior.
A maioria de nós é de origem humilde e defende que a criança seja educada moralmente em casa. E ter o convívio escolar para aprender a parte científica. Algumas lideranças e a bancada “evangélica”, têm decepcionado o povo de Deus distorcendo esse assunto, como se essa demanda fosse dos evangélicos.
As pessoas que defendem esses temas estão pegando carona nesse debate do gênero para defender que a criança seja educada secularmente em casa.
É o oposto do que a maioria de nós, evangélicos, queremos. Mas nós somos trabalhadores, a família, pai e mãe muitas vezes têm seus empregos e se apoiam nas escolas para poder trabalhar.
Estão falando sobre tirar as crianças da escola para o "homeschooling", mas o que a maioria dos evangélicos quer é que a criança fique o dia todo na escola, para que a gente possa trabalhar sabendo que os filhos estão protegidos e sendo preparados para melhorar de vida.
Eu tenho um cunhado é diretor de uma instituição chamada Pró Vida, mantida pela nossa igreja aqui no Distrito Federal. Eles cuidam de aproximadamente 600 crianças por ano em tempo integral e mais 400 crianças estudam em outras escolas e vão para essa associação no contra turno. Lá elas têm alimento, tem esporte, natação, tudo garantido pelas igrejas.
A maioria das igrejas evangélicas têm suas escolas. A minha tem, outras têm. Então, permitir que pais e mães eduquem filhos em casa prejudicaria até a própria igreja.
Os “representantes evangélicos” que têm apoiado este tipo de pauta não representam o que a Igreja pensa - ou pelo menos, os membros da igreja que eu lidero.
Pelo contrário, a maioria é claramente contra essa pauta. A nossa igreja é típica, uma igreja na periferia de Brasília. Eu conversei com pastores, amigos e outros evangélicos e a grande maioria não está de acordo com isso.
Tudo está muito politizado, cada um defendendo seus interesses. Tirar criança da escola é um absurdo, não é algo que venha da maioria dos evangélicos. Propor uma mudança radical como essa trará muito prejuízo.
Que Deus tenha misericórdia de nós..