Declarações públicas contra Bolsonaro agora vêm de seus (ex?) apoiadores
Três líderes evangélicos influentes – os pastores Anderson Silva, Silas Malafaia e o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) fizeram recentemente, em ocasiões diferentes, críticas públicas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno. No caso mais recente, Otoni, um dos líderes da bancada evangélica no Congresso, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que nunca foi “do partido de Bolsonaro, meu voto não vem do ‘bolsominion’. Eu sou de uma igreja, o Ministério de Madureira (da Assembleia de Deus), que não se submete à política do momento, e que por isso consegue estar à frente de várias lutas dos evangélicos. E acho que a eleição deste ano deixou a lição de que é preciso haver mais humildade e diálogo com as lideranças evangélicas. A igreja evangélica não tem papa, ela é plural.”
Para apurar: existe alguma conexão entre essas manifestações recentes de até então apoiadores de Bolsonaro? Alguma intencionalidade? Que consequências políticas podem ter esses gestos públicos contra o ex-presidente?
Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, trabalhou nos principais jornais de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.