Como a cadeirada em Marçal pode repercutir entre evangélicos?
A cadeirada recebida por Pablo Marçal no último debate da TV Cultura tem gerado memes, piadas e teorias. Os comentários nas redes, até o momento, são em sua maioria irônicos e críticos em relação à postura do autointitulado "ex-coach". No entanto, como a prudência é sempre bem-vinda, ainda é cedo para afirmar qualquer impacto eleitoral que o fato possa ter causado.
A estratégia de Marçal em relação ao uso do episódio parece clara até o momento: destacar a agressão que sofreu, exagerar nos efeitos do golpe em seu corpo e dominar o noticiário da campanha — que é obrigado a cobrir sua situação de saúde até que seja considerada normal. Vale lembrar que, desde o início da campanha eleitoral na TV e no rádio, Marçal estagnou nas pesquisas e viu seu principal adversário no campo político da direita, Ricardo Nunes (MDB), que possui o maior tempo de exposição no Horário Eleitoral Gratuito, crescer e retomar o posto de favorito na corrida pela prefeitura da maior capital do país. Marçal, que não possui espaço nas campanhas de TV e rádio, agora tenta contrabalançar essa falta de exposição nesses meios.
Uma dúvida que paira no ar é como o público evangélico — um dos principais grupos na disputa entre Marçal e Nunes — reagirá ao episódio. Há diferentes interpretações possíveis que afetam especialmente esse segmento religioso: as narrativas da perseguição e do uso da violência, que podem favorecer Marçal, e as da falsidade e do ataque à família, que podem prejudicá-lo.
Nesse tabuleiro, as peças já estão posicionadas: no discurso de Marçal, ele é o perseguido e, agora, agredido. No dos seus críticos, ele atacou a família de outro candidato, que simplesmente defendeu sua honra, e agora usa o fato de maneira vitimista, tentando manipular a opinião pública.
Qual estratégia dará mais resultado, apenas as próximas pesquisas dirão.