Bancada evangélica recua e fala em adiar PL do aborto, e outras notícias nacionais

Bancada evangélica recua e fala em adiar PL do aborto, e outras notícias nacionais
Créditos: Bruno Santos/Folhapress

Bancada evangélica propõe lei que equipara aborto a homicídio:

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), membro da bancada evangélica, propôs um projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, com penas mais severas do que as previstas para estupradores. O projeto altera o Código Penal, estabelecendo que a interrupção da gravidez nesse estágio, mesmo em casos de estupro, seja punida com penas de 6 a 20 anos de prisão. Críticos, incluindo advogados e ativistas de direitos humanos, consideram a proposta inconstitucional e prejudicial às mulheres. A bancada evangélica vê o projeto como um teste para o presidente Lula, que prometeu ser contra o aborto durante sua campanha. (G1)


Bancada evangélica recua e fala em adiar PL do aborto

A bancada evangélica na Câmara sentiu o impacto. A reação por parte da sociedade civil foi negativa nas ruas e nas redes à aprovação da urgência para o Projeto de Lei que equipara o aborto ao homicídio, além de impor limite de 22 semanas para o procedimento nos casos já autorizados em lei. Autor do projeto e um dos principais nomes da ala ultraconservadora religiosa, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) admite que a votação em plenário deve ficar para o final do ano, após as eleições municipais. O sinal de que a polêmica proposta estava indo para a geladeira foi dado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o mesmo que aprovou a urgência em uma votação simbólica de 25 segundos. Na quinta-feira, ele disse que o projeto não tem data para ir ao plenário, será relatado por uma mulher de um “partido de centro” e não avançará sobre os casos de aborto autorizados em lei, diferentemente do que prevê o texto de Cavalcante. “Se todo projeto fosse aprovado de acordo com o texto original, ele não precisava de relator. O que é permitido hoje na lei não será proibido, não acredito em apoio na Casa para isto”, disse. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alfinetou Lira e disse que o tema, se chegar aos senadores, seguirá o rito normal, sem urgência. (Globo)


Na busca pelo apoio evangélico, governadores acenam com isenções em ICMS, gás e luz das igrejas:

Além de Tarcísio de Freitas em São Paulo, outros governadores brasileiros como Cláudio Castro (RJ), Helder Barbalho (PA) e Ibaneis Rocha (DF) concederam isenções fiscais a entidades religiosas, como a isenção do ICMS na importação de produtos e nas contas de gás e luz dos templos. Especialistas afirmam que essas medidas visam expandir a influência política entre cristãos, incluindo evangélicos e católicos. Embora pastores e líderes religiosos, como Silas Malafaia, vejam essas isenções como justas, outros já críticos apontam práticas de clientelismo. (O Globo)


Diálogo com eleitor evangélico é essencial na busca por votos:

Como os candidatos às prefeituras podem conquistar a confiança do eleitorado evangélico? Especialistas em ciência política e direito eleitoral destacam que é vital para os candidatos às prefeituras estabelecer diálogo e conquistar a confiança do eleitorado evangélico, que pode ser decisivo nas eleições municipais deste ano. Em Belo Horizonte, por exemplo, 37,5% dos eleitores são evangélicos, o que torna essencial para os pré-candidatos, muitos dos quais já adotam estratégias para estreitar laços com essa comunidade. Líderes como a pastora Daniela Linhares e o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, enfatizam a importância de atender às demandas sociais e morais dos evangélicos. O governo Lula também busca aproximação com este grupo, apesar da resistência às pautas progressistas. (O Tempo)


Grupo Editorial Appris lança selo cristão evangélico, o Sauvé:

O Grupo Editorial Appris lançou o selo cristão evangélico Sauvé em resposta à demanda de autores evangélicos por um segmento específico. Com um catálogo inicial de 12 livros, o selo abrange uma variedade de temas, como devocionais, desenvolvimento pessoal, liderança, relacionamento, família, infantil e acadêmicos. O diferencial do Sauvé é a parceria com os autores, adotando um modelo de publicação em coparticipação e impressão sob demanda. A editora também fará contribuições a missionários a cada livro publicado. (Publish News)


Evangélicos dispensam negacionismo climático e culpam homem por mudanças no planeta, aponta pesquisa:

A pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (Iser) mostra que a maioria dos evangélicos que participaram das Marchas para Jesus em 2023 reconhece a responsabilidade humana pelas mudanças climáticas e considera importante que as igrejas abordem o tema ambiental, embora muitas não possuam ações específicas nesse sentido. Os entrevistados acreditam que tanto o governo quanto os indivíduos e as igrejas têm papéis importantes na mitigação dos problemas ambientais. Apesar do alinhamento político com Jair Bolsonaro, muitos discordam de suas declarações sobre o meio ambiente. Líderes evangélicos reconhecem a importância da questão ambiental, mas a implementação de ações concretas nas igrejas é limitada por fatores políticos e econômicos. (Folha de S. Paulo)


Uma etnografia sobre usos evangélicos do WhatsApp:

Como as relações entre religião, gênero, raça e tecnologias digitais estão transformando as práticas religiosas das mulheres evangélicas no Brasil? A pesquisa defendida na UFRJ investiga essa questão, revelando que mulheres evangélicas usam smartphones para orar, pregar e compartilhar testemunhos no WhatsApp. Esse uso configura uma forma móvel e não-institucionalizada de vivenciar a religião. O estudo etnográfico com um Ministério exclusivamente feminino, liderado por um casal de pastores negros pentecostais no Rio de Janeiro mostra que essas mulheres exercem coletivamente sua fé e enfrentam problemas cotidianos, descentralizando o modelo tradicional de igreja e criando novos espaços para a autoridade religiosa feminina. (NEXO)