A melhora dos índices de Lula entre os evangélicos.
No final da terceira semana de junho, o jornalista Thiago Gadelha do Portal Metrópoles, divulgou a pesquisa Quest que apontava para um crescimento significativo do apoio e reconhecimento do governo de Lula entre os evangélicos. Este avanço deve ser celebrado, pois aponta para uma debilidade da redoma, qual seja, a de cunho social. Entretanto, ele tem um teto; e um governante como Lula não deveria se satisfazer com uma simples melhora estatística, mas sim com números que representem a grandeza do seu governo.
Neste sentido, o ideal para o diálogo com os evangélicos deve ser mantido. As melhorias da economia e dos índices sociais são importantes por demais, todavia elas ainda esbarram na espessura mais profunda da redoma, aquela que maldiz o PT e demoniza o atual presidente. É de fato incrível como que o “povo do livro”, os evangélicos, tenha tão pouco discernimento e capacidade interpretativa, a ponto de chamarem de demônio o político que mais governou para os pobres deste país, ao passo que não conseguiram identificar traços de um antítipo de Cristo em um presidente que teve à frente do último governo. Soa como um paradoxo a partir de C. S. Lewis: conseguem (pretensamente) identificar alguém como o Vermebile, mas não discernem o Fitafuso.
A desonestidade intelectual de alguns doutores da lei do meio evangélico tem uma interface com esta temática. Estes atribuem a Lula e ao PT a inflamação social que vivemos nos últimos tempos. No entanto, foi só Bolsonaro perder o cercadinho, silenciar um pouco nas redes, que a temperatura social começou a cair. Esse inverno, que chegou antes às redes bolsonaristas é um dos fatores que explicam o aumento da popularidade de Lula entre os evangélicos.
Esquecem os tais doutores da lei, e fazem questão de não lembrar, que o chamado “gabinete do ódio” tinha ligações com o presidente derrotado. Seja no período da campanha de 2018, seja no tempo em que desgovernou este país.
De qualquer modo, urge a necessidade da aproximação de Lula com os evangélicos. Não os mesmos de outrora, que se tornaram caninos defensores do ex-presidente; mas sim dos milhares de líderes de boa índole e péssima fonte de informação, assim como daqueles que entraram na fogueira inquisitória para defenderem sua candidatura, ainda que debaixo da Frente Ampla pela Democracia.
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